Sabemos que os dois conceitos parecidos e que a ideia da filosofia KAIZEN™ Lean é eliminar ambos, mas o que diferencia um do outro?
Para começar nossa reflexão, fui ao Aurélio buscar a definição dos dois termos:
- Perda: privação de alguma coisa que se possuía;
- Desperdício: esbanjamento, desaproveitamento.
Assita abaixo um vídeo explicativo sobre a diferença dos dois conceitos:
Podemos ver que aí já começam a aparecer algumas diferenças. E como uma imagem fala mais que mil palavras, vamos ilustrar qual a diferença entre os dois.
Na primeira figura, temos a representação de perda; enquanto o balde é abastecido, seus diversos furos fazem com que a água se perca pelo caminho, sem atingir o destino final.
Já segunda figura, o balde recebe mais água do que pode comportar, resultando no transbordo do recipiente.
A semelhança entre os dois é que ambos acabam consumindo maior quantidade de água que o tamanho padrão do recipiente. A diferença é que perda e desperdício se manifestam de modos diferentes.
No caso da perda, preciso encher mais o balde para compensar a água que vazará pelos furos. Isso quer dizer que não conseguirei atingir o nível máximo do balde.
Já no caso no desperdício, despejarei mais água do que o balde consegue acomodar. Isso quer dizer que estou fornecendo mais água do que seria o necessário para encher o balde.
O que isso muda minha jornada Kaizen? Simples, o fato de diferenciarmos perdas de desperdícios nos ajuda a identificar qual a abordagem que o projeto KAIZEN™ terá dentro da empresa.
Se considerarmos o balde como uma representação dos ativos (máquinas, instalações, etc.) de uma fábrica e a água como os recursos financeiros da empresa, vemos que estes dois sintomas diferentes podem ter remédios diferentes.
Em linhas gerais, ambientes com muitas perdas pedem uma abordagem KAIZEN™ mais focada na gestão de ativos, buscando atingir o nível máximo de desempenho (ex. projeto de Total Productive Maintenance – TPM), enquanto ambientes com muito desperdício pedem uma abordagem KAIZEN™ mais focada emfluxo de materiais ou informações, buscando a eliminação dos esforços extras e desnecessários dispendidos pela empresa (ex. projeto de Total Flow Management – TFM ou Total Service Management – TSM).
Autor: Paulo Henrique Garcia