Um estudo divulgado no final de 2011 apontava a complexa situação da saúde no Brasil. Esta pesquisa, intitulada “Survey of Health Care”, apontou que: mais de 80% dos entrevistados reclamam do tempo de espera por um atendimento, 57% são os descontentes com os exames realizados e outros 57% não estão satisfeitos com a forma como são tratados pelos médicos.
Para um país que aloca 8,5% do PIB (Produto Interno Bruto) – entre recursos públicos e privados – a Área da Saúde tem um percentual de insatisfeitos bastante alto.
Em 2011, os recursos voltados ao setor somaram aproximadamente R$ 220 bilhões, considerando-se as três esferas públicas e o setor privado. O mercado movimenta cerca de US$ 100 bilhões/ano. Solucionar as mazelas da Saúde no setor público implica vontade política e superação de muitos desafios, político, social e econômico. O desenho de um Modelo que possa atender com grau mínimo de satisfação à população brasileira é trabalho árduo e de complexidade absurda. Mas uma coisa é fato, sem recursos e sem uma gestão competente para geri-los nada mudará.
Seja na esfera pública ou privada, a Saúde precisa priorizar investimentos, atrair e reter gente qualificada, aprimorar atendimento e, principalmente, “cortar fundo” todas as Fontes de Desperdício.
Cortar Desperdícios são tarefas habituais para quem já teve a oportunidade de vivenciar um projeto com base no Modelo KAIZEN™ Lean. Diagnosticar processos em profundidade para entender cada um dos 7 Fluxos de Valor de um Hospital, e identificando as oportunidades de melhorias e os gargalos que entravam o dia a dia das organizações da Saúde são ferramentas que estruturam as ações nesse tipo de projeto.
Com um diagnóstico eficaz e com foco na eliminação nos desperdícios identificados com precisão, qualquer administrador hospitalar se surpreenderia com o percentual de atividades em sua Operação que não agregam nenhum valor. Ou seja, não beneficiam o cliente, não geram ganho, só geram custos.
Já tradicional em levar soluções eficazes para o Setor Industrial, o Kaizen Institute está avançando com sucesso, nos últimos anos, para outros setores, como o de Serviços, Varejo e Hospitalar.
A aplicação de um processo como o Value Stream Design (VSD) e o desenvolvimento de um Plano Estratégico de Transformação das Operações, permite uma visualização clara de toda a cadeia de valor de um Hospital. Mudar exige comprometimento e participação de todos, a começar pelos líderes de qualquer empresa. Em um Hospital não é diferente.
Estamos falando aqui de alcançar os melhores níveis de Rentabilidade, redução dos prazos de recebimento das faturas, melhor Gestão de Leitos, aumento da capacidade das Salas Cirúrgicas, atendimento mais qualificados ao paciente e equipes mais motivadas.
Espaço para Melhorar
Uma gestão eficaz eleva a condição de qualquer negócio. Em uma área tão delicada quanto a da Saúde, isso se traduz em pessoas melhores atendidas e com atendimento mais digno. Uma excelência de qualidade para quem usa, com rentabilidade adequada para quem oferece.
Os trabalhos que, nós do Kaizen Institute, estamos fazendo em Hospitais traduzem na melhoria da performance em vários indicadores:
Além de outras performances:
- aumento da qualidade de atendimento e segurança do paciente;
- melhora no uso dos ativos atuais;
- maior estabilidade aos processos internos; e
- melhora no fluxo do paciente dentro do hospital
Quem já percebeu que há espaço para melhorar tem se empenhado em melhorar seu desempenho e investido forte para tornar sua operação mais eficiente. Muitos hospitais anunciaram recentemente seus planos de expansão e, para tanto, vão destinar investimentos na modernização de suas instalações e na expansão de sua capacidade.
Mas investir sem melhorar os Fluxos de Valor, eliminando os desperdícios, ficará muito difícil saber se os investimentos terão realmente o retorno maximizado e se os pacientes ficarão satisfeitos.
Portanto, o caminho deverá ser focado na elaboração de um Plano Estratégico de Transformação das Operações, através da análise dos Fluxos de Valor, buscando identificar as Melhorias necessárias para alcançar a Excelência Operacional. E com isso, alcançar uma melhoria nos resultados financeiros e um melhor foco nas necessidades dos pacientes, sem necessariamente fazer investimentos vultosos.
Autor: Ruy Cortez de Oliveira, sócio-diretor do Kaizen Institute Brasil