A importância do CD/Hub logístico e seus desafios durante e após um ambiente de crise

A importância do CD/Hub logístico e seus desafios durante e após um ambiente de crise

Aproximadamente 60% da população brasileira está em isolamento, porém alguns setores continuam operando. Hospitais, mercados, farmácias, transportadoras e operadores logísticos, entre outros mantiveram suas atividades por serem considerados serviços essenciais. É nesse ambiente caótico e nunca visto antes, que a logística reforça sua importância como parte essencial do planejamento estratégico e execução operacional das empresas para enfrentar ambientes de crise como estamos vivenciando com o COVID-19. 

Se antes da crise já era importante para as empresas possuírem uma área de transportes ou parceiros de excelência, em um ambiente de crise isso se torna questão de sobrevivência. Nesse contexto a existência dos Centros de Distribuição e Hubs logísticos são uma grande vantagem competitiva.

Figura 1 – Centro de Distribuição e suas operações internas

Com o objetivo de otimizar os custos de transferência entre as filiais de uma transportadora ou empresa, foram criados os Hubs logísticos que são responsáveis por agrupar cargas de diferentes filiais de origem, para filiais de destinos convergentes, que serão responsáveis pela entrega final ao cliente.

Figura 2 – Hub logístico 

Tanto os CDs quanto os Hubs são imprescindíveis para que a estratégia logística de uma cadeia de suprimentos funcione otimizando Custo, Qualidade e Entrega, os resultados esperados com processos enxutos e de excelência são:

  • Redução do Lead Time 
  • Desempenho nas entregas 
  • Localização Geográfica 
  • Melhoria no nível de serviço 
  • Redução dos custos logísticos 
  • Aumento do Market share 

A COVID-19 provocou mudanças tangíveis em diferentes segmentos de negócio que impactam diretamente no setor de transporte de carga rodoviária, abaixo segue um conjunto de possíveis padrões de demanda durante e após a pandemia:

Fonte: Webinar Revista Mundo Logística - "Distribuição de cargas e o impacto da COVID-19" - VUXX

Esses diferentes comportamentos de demanda durante e após crise, interferem diretamente no planejamento logístico das empresas, desde o fluxo entre indústrias e CDs quanto para as transportadoras responsáveis pela entrega final.

Silvio Cesar, COO da Patrus Transportes, em entrevista concedida ao Kaizen Institute Brasil reforçou a importância da operação realizada nos Hubs logísticos da empresa. “Nesse momento de baixa de cargas, que inviabilizam o que chamamos de cargas diretas, seja para entregas a clientes ou transferências, devemos usar os Hubs Logísticos como centralizadores ou aglutinadores de cargas. Lá, as mesmas passam por triagem e sofrem o desembarque, se necessário, sendo consolidadas com mais rotas e permitindo que as mesmas sigam seu caminho até o local da entrega final”

Para as empresas que não possuem Hub logístico, Silvio Cesar orientou “que as cargas nas unidades de origem sejam retidas até que os equipamentos de transferência estejam completamente maximizados, dessa forma proporcionando viagens diretas sem paradas para transbordo, ganhando tempo no ciclo total nas estradas, respeitando sempre a lei do motoristas e regras de Gerenciamento de Riscos das empresas”.

O cenário de vulnerabilidade econômica no Brasil mostra a necessidade das empresas serem mais produtivas com menor custo possível. As empresas logísticas devem estar preparadas para uma série de desafios durante o ambiente de crise, mas também é essencial se preparar para o após crise. Abaixo segue um infográfico com o exemplo dos mercados de varejo que geralmente caem durante uma crise, mas acabam se estabilizando com aproximadamente 4 meses. 

Fonte: Bain

“Na minha visão, os maiores impactos na cadeia logística com o cenário de crise que estamos vivendo é a extensão dos prazos de entregas dos clientes, as adaptações que se fazem necessárias nos modelos de entrega e os desafios desse novo cenário de pandemia. Neste momento em que muitas indústrias, lojas de varejo e shoppings estão fechados, o impacto nos roteirizadores de veículos pode ser significativo. Uma das possibilidades para minimizar esse impacto é restringir a entrega de cargas relacionadas à serviços e segmentos considerados essenciais nesse momento de crise como hospitais, farmácias, distribuidoras, grandes redes varejistas e bancos, entre outros.” Silvio Cesar – COO Patrus Transportes.

As atividades internas em um CD ou Hub logístico são compostas por movimentações de cargas de diversos clientes em um mesmo caminhão (aproveitando o máximo de ocupação do veículo) e para diferentes destinos, há também a necessidade de constante manuseio, movimentações e alocações de cargas nas diversas rotas atendidas. Essas atividades normalmente são passíveis de erros e/ou desperdícios, como a movimentação excessiva de recursos (humanos e equipamentos) de um lado a outro do armazém, por exemplo. 

Além de todas essas preocupações, há alto nível de exigência dos clientes para que as entregas sejam realizadas com qualidade, rapidez e melhor custo possível. Sabe-se que esse o trade off em logística é de difícil equacionamento e acaba se tornando o maior desafio de qualquer CD ou Hub logístico.

Nesse contexto, será que a cultura KAIZEN™ é a saída para um melhor equilíbrio no sentido de atender as necessidades dos diversos players envolvidos no negócio, desde os clientes, colaboradores, fornecedores até os acionistas durante e após crise?

Eduardo Fonseca, Coordenador Lean na Patrus Transportes, nos apresenta abaixo os principais pontos na organização de um CD ou HUB durante e após um ambiente de crise. Todos os pontos buscam processos mais integrados, eficientes e agregadores de valor para seus clientes, ou seja, são pontos que se puxados e engajados pela liderança ajudam o CD ou Hub logístico a entregarem resultados operacionais com excelência mesmo diante um ambiente com alta oscilação de demanda.

Autores: Thyago Souza e Guilherme Busato - Kaizen Institute Brasil

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